O adeus a Maria
11/10/13 07:19Lembro da última vez que vi Maria de Villota antes do acidente que ela sofreu no ano passado, quando perdeu o olho direito e o olfato e, por muito pouco, a vida.
Era meu aniversário, domingo do GP da Europa, em Valência. Encontrei com ela na entrada do paddock e ela abriu um sorriso enorme ao me ver.
Alguns meses antes, na China, havia feito uma entrevista com ela, que você pode ler aqui. Piloto de testes da Marussia, era a primeira mulher a ser inscrita num Mundial de F-1 desde 1992, quando Giovanna Amati tentou, sem sucesso, se classificar para as três primeiras provas do ano.
A simplicidade, a sensibilidade e o interesse dela me encantaram. Na F-1, estamos acostumados a entrevistar gente que não te olha nos olhos, gente que responde por reflexo, gente desinteressada.
O fato de ser mulher talvez tenha ajudado na empatia. Somos poucas no paddock. E a entrevista acabou virando uma conversa. Maria me mandou fotos de quando era pequena e corria de kart para que eu publicasse na Folha e eu retribuí mais tarde enviando a matéria a ela, depois de publicada.
Depois do acidente, só a vi uma vez, em Barcelona, neste ano. De tapa-olho e cabelos bem curtos, por conta da série de cirurgias que teve de se submeter, Maria continuava sorrindo. “O olho que perdi devolveu meu rumo”, disse.
Ultimamente, ela estava envolvida em projetos de caridade com outros pilotos e trabalhava ativamente como embaixadora da comissão da FIA pelas mulheres no automobilismo.
Apesar de nunca ter chegado de fato à F-1, Maria é uma inspiração para as meninas que sonham em um dia chegar à principal categoria do automobilismo. Ela nunca desistiu de seu sonho.
Mais que uma piloto, perdemos hoje uma grande mulher.
Sinto tambem a perda de uma simpatia de pessoa, e que durma em paz.
Uma bela despedida, Tatiana, o que vc escreveu sobre a Maria. Lamentei a morte desta piloto que, pelo que percebi, enfrentava as vicissitudes da vida com garra e sempre com um sorriso.
O relato é bem bacana, vale mesmo o espaço. Mas seria bem mais interessante se contivesse informações mínimas sobre a morte da Maria. Afinal, não é esse o motivo de fazer o relato?
Informação é sempre vital.
Só a sensibilidade feminina permite confissões de admiração tão honestas como a que vc fez agora. Parabéns!
Tati,
Tá bem legal, o blog!
Parabéns!
bjs
Concordo com o que disse,só que é estranho o motivo da morte.
belo e sensivel texto, bela homenagem!
que pena pois e o esporte que mais aconpanho e infelismente temos que resceber estas mas notiscias mas que deus ilumine a alma dela onde quer que esteja deus abenscoi
Li a reportagem quando se dizia que a corredora tinha sido encontrada morta, porem so se falou na carreira mais não como foi a morte