Montezemolo e Domenicali, no GP da Itália deste ano (Luca Bruno/Associated Press)

Se a Ferrari parece perdida na pista nesta temporada, o mesmo pode ser dito sobre o que acontece fora dela.

Em Suzuka, no final de semana, Stefano Domenicali falou com todas as letras que a equipe já tinha virado “100% a chavinha para 2014”. O chefe ferrarista disse que a equipe italiana ainda levaria peças novas para serem testadas nas quatro corridas que ainda faltam neste Mundial, mas que “em casa, toda a equipe já está totalmente voltada para o projeto do próximo ano, que será bastante complexo”.

Eis que agora Luca di Montezemolo, o chefe do chefe, diz que não é bem assim. E ainda aproveita para dar um puxão de orelha público, em Domenicali.

“Não quero nem ouvir este tipo de conversa. Ainda faltam quatro corridas para o fim do ano e quero as duas Ferrari lutando por lugares no pódio com a máxima determinação dos pilotos e do resto da equipe. Sobre a temporada que vem ainda teremos tempo para falar disso”, disse o presidente da Ferrari.

Não é a primeira vez que Montezemolo dá um pito público em um de seus comandados neste ano. A última “vítima” tinha sido Fernando Alonso, que reclamou muito de seu carro no GP da Hungria.

O motivo da discórdia entre Domenicali e Montezemolo podem ser os milhões que estão em jogo. A Ferrari é atualmente a segunda no Mundial de Construtores. Mas tem só dez pontos a mais que Mercedes e 33 a mais que a Lotus.

Pelos valores do ano passado, a diferença entre o segundo e o terceiro lugar no campeonato é de US$ 9 milhões. O que, em fase de vacas magras e em ano de mudança radical no regulamento, pode ser de grande ajuda.