The Pretender
27/10/13 10:03Hoje foi dia de título. Do quarto título. Da sexta vitória seguida. Dia de Vettel.
Então vamos voltar um pouco no tempo…
Interlagos, 27 de novembro de 2011. Já era perto de 20h quando terminei meu último texto sobre o GP Brasil para a Folha. Última corrida do ano, o campeonato decidido desde o GP do Japão, um mês e meio antes.
Peguei meu celular e desci para o paddock para ver o que estava acontecendo mais de quatro horas depois da bandeirada.
As equipes trabalhavam freneticamente para desmontar seus equipamentos e os contêineres ocupavam todo o espaço. Dei a volta e fui para o pit lane.
A música alta chamou minha atenção nos boxes da Red Bull. Para quem não se lembra, Webber ganhou a corrida depois que Vettel teve um problema no câmbio de seu carro, o que muita gente disse que era apenas uma maneira disfarçada de dar a vitória ao australiano (se quiser relembrar o GP, leia aqui).
Mas voltando aos boxes da Red Bull naquele domingo em São Paulo, os carros (só os esqueletos àquela altura) ainda estavam por lá enquanto os mecânicos iam a vinham com peças e mais peças, caixas e mais caixas.
Eis que para minha surpresa vejo alguém sem uniforme dentro da garagem, fuçando, abaixado em baixo de um dos carros.
Quando ele levantou, cantando a música alta com muita empolgação, percebi que era Sebastian. Aquilo me chamou a atenção e ele cantava com tanta empolgação que usei um dos apps do meu celular para descobrir o que ele estava cantando.
O que ele fazia ainda ali, mais de quatro horas depois do fim da última corrida do campeonato? Campeonato que ele havia conquistado quatro etapas antes? Por que ele não estava de volta no seu hotel, ou jantando, ou numa festa àquela altura?
Foi quando um mecânico me disse: “Ele está tentando entender o problema que teve no câmbio”.
Voltei para a sala de imprensa ainda fascinada com o que tinha visto. E lembrei do app que tinha usado. Abri o Google e coloquei o nome da música para ver a letra que Seb cantava com tanta empolgação. E aí vi o refrão…
“What if I say I’m not like the others?
What if I say I’m not just another one of your plays?
You’re the pretender
What if I say that I will never surrender?”
Foi aí minha ficha caiu. Tudo fazia sentido. Não, ele não é como os outros.
Olá!
Quanto mais leio o blog, mais digo que foi uma belíssima ideia esta coluna, cheia de histórias, de memórias, de sensibilidade, de intuição.
Muito curiosa esta história do Vettel, quatro anos depois.
Eis uma repórter privilegiada, por poder testemunhar estas coisas, aprender com um campeão e revelar, além das belíssimas características dele – e de tantos outros – uma apreciável intuição para distinguir cenas e acontecimentos realmente importantes!
Muito interessante esta descrição do Vettel: vale mais do que muitas extensas análises.
Parabéns!
M. R.
PS.: Sobre a entrevista a Vettel, além de tudo o resto que já referi num comentário anterior, como Luso que me prezo de ser, gostei da referência elogiosa dele a Cristiano Ronaldo. A ver vamos se ainda conseguiremos estar na Copa do Mundo….
Tatiana- Virei seu fã, você é a única blogueira mulher que faz reportagens sobre F1(que conheço), e tem procurado mostrar uma outra visão sobre a F1. Mostrando a personalidade de cada piloto, e mostrando que os resultados não vem somente do talento, e sim do trabalho duro e do compromisso. Parabéns por escrever artigos sobre um ponto de vista diferente sobre o mesmo fato, e não falando apenas um amontoado de dados
Olá tudo bem com vc, TATIANA? Como te escrevi em outro post……..VETTEL É UM GÊNIO! ABS,
FLÁVIO PENNA
Eh Tati, ai que vemos onde esta o verdadeiro campeao e o verdadeiro piloto! Sempre com a sede de querer mais!
Sou fã de fórmula 1 desde que me entendo por gente, e quando tenho a oportunidade de testemunhar a história sendo escrita (ainda que não seja com um brasileiro) de maneira tão perfeita nas pista, fico feliz em não ser através do jogo sujo protagonizado pelo Sr. Alonso e Schumacher há alguns anos atrás. Fiquei realmente emocionado ontem ao ver a reverência de Vettel ao seu carro. Parabéns Campeão! Prepare-se Ricciardo, vem muitas aulas por aí!
pena que a pilotagem dele seja tão charmosa e empolgante como um jovem semi-careca de óculos programando uma planilha num PC em C++