Sabe quando você tem uma cisma com uma pessoa e não vai com a cara dela, mesmo sem ela ter nunca ter te feito nada? Pois é, o GP da Austrália para mim é mais ou menos assim.

Na longa viagem até Melbourne vim tentando achar uma razão que explicasse o motivo de eu não simpatizar com esta corrida.

O máximo que me ocorreu foi o trauma da minha primeira corrida fora do Brasil, em 2007, quando depois de um voo pinga-pinga, com paradas em Buenos Aires, Auckland e Sydney antes de chegar aqui, ainda fiquei sem minha mala por três dias. Para completar, meu hotel ficava em outra cidade e eu perdia quase três horas para ir e vir para a pista.

De lá para cá muita coisa mudou, hoje tenho sorte de me hospedar do lado do Albert Park, e ainda assim não consigo ser fã desta corrida.

Mas confesso que neste ano cheguei disposta a colocar fim a esta cisma. A possibilidade de ver um novo cenário na F-1 com tantas mudanças no regulamento da categoria me deixaram empolgada pela corrida deste domingo.

Pelo paddock, o clima de incerteza é geral, da Red Bull à Marussia. Ninguém quer fazer apostas e todos adotaram a frase que já virou marca registrada do Raikkonen: “Let´s wait and see”.

A poucas horas dos primeiros treinos é difícil fazer previsões. Mas, no fim das contas, todos colocam a Mercedes como favorita, pelo menos para esta primeira corrida. Eu também acho que é e se tivesse que apostar dinheiro colocaria o Hamilton como campeão, apesar de achar que seus altos e baixos emocionais podem ser seu maior adversário neste ano.

A Ferrari ainda é uma grande incógnita e tanto Alonso quanto Raikkonen fazem questão de manter o mistério.

A Williams apareceu como surpresa na pré-temporada e a atenção que recebeu da imprensa mundial nestes primeiros dias aqui em Melbourne fizeram lembrar a BrawnGP, em 2009. Claire Williams até levou um susto hoje quando viu a quantidade de jornalistas que a esperava para sua entrevista.

Já a Red Bull adotou oficialmente o discurso de zebra para este ano. Se é estratégia ou não, só o tempo dirá.

Em poucas horas (às 22h30 de Brasília) os carros estarão na pista e tomara que estes próximos três dias coloquem um fim definitivo a esta minha cisma gratuita com o GP da Austrália.