Um GP como todos deveriam ser
25/06/14 10:58Poucos GPs conseguem ser um sucesso total. Seja por causa dos pilotos, das equipes, dos torcedores ou da imprensa, é sempre complicado realizar um evento em que todos saem contentes. E o GP da Áustria, dos 130 GPs que completei no último final de semana, me pareceu o que mais perto chegou disso.
Entre o público, o sucesso foi indiscutível. Mais de 205 mil pessoas estiveram no Red Bull Ring durante o final de semana, 95 mil só no domingo. Algo raro de se ver na F-1 ultimamente. Ok, a maioria saiu um pouco decepcionada com o resultado, já que a equipe austríaca deu vexame em casa.
Mas, fora Interlagos, está é a única pista do calendário em que os torcedores podem ver mais do que um curva, uma reta e um telão (se tiverem sorte). A elevação em Spielberg favorece os fãs, que, dependendo de onde estiverem, podem ver grandes trechos do circuito.
Os estacionamentos são próximos, há locais para acampar, o ingresso é relativamente barato (o “general admission” para o fim de semana custava 95 euros, um pouco mais de R$ 280) e não precisa ser um gênio para entender o motivo de a casa ter ficado cheia desde a quinta-feira.
Sobre isso, aliás, um parêntesis. Na quinta, o trânsito estava INSUPORTÁVEL ao redor do circuito. Demorei mais de 50 minutos para dirigir menos de dois quilômetros. Na sexta, depois de as autoridades colocarem em ação um plano de trânsito, a situação melhorou 95%.
Para nós, da imprensa, as instalações são de longe as melhores da temporada. A sala de imprensa é gigante, feita inteira de vidro, o que significa uma vista panorâmica não só da reta principal e dos boxes como de grande parte do circuito. Há grandes telões para acompanhar as sessões, o wifi é gratuito e a comida, idem. Tudo é muito funcional e ajuda a fazer com que nossa preocupação seja apenas o trabalho. Soube que os organizadores montaram um grupo e enviaram ao GP Brasil do ano passado para saber o que nós (da imprensa) precisávamos para poder se preparar para a corrida deste ano. Não podiam ter escolhido melhor, já que São Paulo, infelizmente, é um dos maiores anti-exemplos do calendário.
Para pilotos e equipes, não há muito o que reclamar também. O paddock é do tamanho ideal, nem muito grande nem muito pequeno. As garagens, idem. O circuito, apesar de pequeno, é interessante. Há possibilidade de ultrapassagens e, em alguns lugares, o traçado “convida” a erros. Nada que destrua uma sessão, mas que permite que os pilotos errem e voltem à pista, sem não antes terem sido “punidos”. Assisti ao terceiro treino livre, no sábado de manhã, do lado da curva 1 e é fácil perceber isso.
Cheguei a Spielberg imaginando encontrar uma segunda Nurburgring (farei um post mais para a frente falando do GP da Alemanha), mas saí de lá com a certeza de ter encontrado uma segunda Spa (minha corrida preferida na Europa). Não vejo a hora de voltar.