Mudanças superficiais
27/06/14 08:34A FIA anunciou uma série de mudanças nos regulamentos técnico e esportivo da F-1 e que passam a vigorar já no ano que vem. As relargadas passam a ser com os carros estacionados no grid, os carros usarão placas de titânio no assoalho para fazerem faíscas, os horríveis bicos deste ano serão redesenhados para 2015, entre outras coisas.
E aí eu pergunto… e daí? O que isso de fato vai mudar a F-1? Nada. São só novidades superficiais que podem até deixar a categoria mais “atrativa” para os torcedores. Mas a verdade é que, nesta reunião do Conselho Mundial, o assunto mais importante para a F-1 atualmente acabou sendo deixado em segundo plano: o corte de gastos.
Dentre as novidades aprovadas em Munique para tentar conter os custos, ficou decidido que, a partir de 2015, cada piloto terá uma unidade de potência a menos (serão quatro), a utilização do túnel de vento diminuiu de 80 para 65 horas, os testes fora da Europa (antes e durante a temporada) foram banidos e o “toque de recolher” das equipes será uma hora mais longo nas noites de sexta. O uso do CFD (fluidodinâmica computacional) foi reduzido, as equipes não poderão usar mais de um túnel de vento para testes e duas sessões de treinos durante o ano foram extintas.
Já falei sobre isso aqui, mas insisto. Isso é pouco, muito pouco, para as equipes menores do grid. E as medidas parecem ter sido introduzidas mais para refinar o grid atual do que para tentar manter as equipes que já estão na categoria.
A verdade é que as cabeças que comandam a F-1 atualmente estão mais preocupadas em criar artifícios para tornar a categoria mais interessante do que em dar as ferramentas para que os times façam com que isso aconteça de maneira natural.
Basta lembrar dos momentos em que a Mercedes teve problemas nas últimas corridas para perceber como isso é fácil.
No Canadá, Ricciardo venceu de maneira espetacular depois que o carro de Rosberg falhou. Na Áustria, Massa e Bottas roubaram a primeira fila após o erro de Hamilton e a dificuldade de Rosberg.
Será que a F-1 precisa mesmo de placas de titânio e faíscas artificiais para fazer a alegria dos fãs? Ou precisamos de um grid mais equilibrado, no qual mais times e pilotos tenham chance de lutar por vitórias?