2014 até aqui
06/08/14 11:11É impressionante como a temporada nem bem começou e, de repente, já estamos nas férias de verão da F-1. Na volta da pausa é ainda pior. Todo ano chego em Spa e digo aos meus amigos: “Quando percebermos, já estaremos na última corrida do ano”. E é sempre assim. Do final de semana do GP da Bélgica, no dia 24, até o do GP de Abu Dhabi (sim, aquele que vale o dobro de pontos…), serão oito corridas em 14 domingos.
Ainda lembro bem da interminável viagem para Melbourne. Na bagagem, além do que eu precisava para “sobreviver” às três primeiras corridas da temporada sem voltar para casa, levava também um monte de perguntas sobre a temporada que começava.
Será que Vettel e a Red Bull conseguiram manter a hegemonia por um quinto ano seguido? E a revolução no regulamento técnico da categoria, que consequências teria, na prática? A Mercedes conseguiria manter o status de favorita da pré-temporada? A Williams seria mesmo a surpresa de 2014? E Ricciardo iria fazer frente a Vettel? Estas e várias outras dúvidas desembarcaram comigo naquela noite de terça-feira na Austrália.
Agora, quase cinco meses e mais da metade do campeonato depois, todas elas foram respondidas. E em grande estilo.
Apesar do domínio da Mercedes, que venceu nove das 11 corridas disputadas até estas férias de verão da categoria, a temporada deste ano tem sido um prazer de se acompanhar.
Os duelos _dentro e fora da pista_ de Hamilton e Rosberg têm sido um prato cheio para quem gosta de F-1. Corridas como as do Bahrein, do Canadá e da Hungria, igualmente. A última, para mim, a melhor que assisti em muito tempo. A gente, que sempre reclama que as brigas por posições só acontecem no pelotão do meio, desta vez viu três pilotos lutando roda a roda pela vitória. Com cinco voltas era impossível saber quem venceria em Budapeste.
Além de Hamilton, que vem dando um show atrás do outro (ok, ele tem um carro beeeeem melhor que o da concorrência, mas ainda assim), Ricciardo é para mim o outro destaque de 2014. Tá, Rosberg lidera o campeonato e tem sido super constante. Mas não me comove. Já o australiano não só me conquistou como conquistou a simpatia e a admiração de todos que têm acompanhado a F-1 neste ano. Além de ser o rei do sorriso, já mostrou que tem o que precisa para ser um futuro campeão. Vettel que se cuide.
Não vamos esquecer de Bottas também! Já entre os novatos, Kvyat tem me impressionado mais que Magnussen, que tem um carro bem melhor nas mãos. É incrível a maturidade do russo, que tem só 20 anos e já estreou na F-1 marcando pontos na Austrália.
Das equipes, além do belo trabalho que a Mercedes tem feito até aqui, o time do ano até aqui tem sido a Williams. O crescimento de 2013 para 2014 foi avassalador. Grande parte desta evolução se deve à chegada dos motores Mercedes, mas ainda assim, ponto para a equipe por ter optado pela fornecedora “certa”. E, até aqui, Claire Williams tem feito boas escolhas na contratação de pessoal.
Aposto em pelo menos uma vitória até o final da temporada.
Mas se as dúvidas que tínhamos no início do ano já foram respondidas, ainda há uma questão pendente em 2014. Vai dar Hamilton ou Rosberg?
A resposta ninguém sabe. Mas, pelo que se viu até aqui neste ano, será um prazer assistir o resto do Mundial para saber.