Tarde demais para Hulkenberg?
23/10/14 12:05Aos poucos, a cara do grid da F-1 no ano que vem vai se desenhando. Das 11 equipes (bem, isso se a Caterham sobreviver…), só três já tem suas duplas anunciadas para 2015: Mercedes (Rosberg e Hamilton), Red Bull (Ricciardo e Kvyat) e Williams (Massa e Bottas).
Das outras, a Toro Rosso já oficializou o teen Verstappen e, nesta semana, foi a vez de a Force India divulgar a renovação do contrato com Hulkenberg.
Na semana passada, na Rússia, estava conversando com um amigo que também trabalha na F-1 justamente sobre o alemão. E, para ele, Hulkenberg não é tão bom quanto todos nós imaginávamos há alguns anos.
Não estou tão convencida disso, mas sou obrigada a concordar que o tempo está passando e Hulkenberg está deixando o bonde passar. Não que seja culpa dele, mas vamos aos fatos.
Ele estreou na F-1 em 2010, como companheiro de Barrichello na Williams. Ao lado do brasileiro veterano, começou o ano atrás, o que era normal, mas da metade da temporada em diante começou a dar trabalho e, justamente em Interlagos, ofuscou Barrichello de maneira assustadora ao cravar a pole para o GP Brasil daquele ano. Surgia ali uma estrela em potencial na F-1.
Mas, por conta das dificuldades financeiras da Williams, o alemão acabou perdendo a vaga de titular no ano seguinte para Maldonado (todo mundo sabe os motivo$). Teve que se contentar com uma vaga de reserva na Force India em 2011, que virou uma de titular no ano seguinte. Depois de uma boa temporada e aos 25 anos, parecia que era a hora de ir para um time grande. No paddock diziam que Mercedes e Ferrari tinham interesse, mas Hulkenberg acabou na Sauber em 2013.
Com um carro decente nas mãos, o alemão conseguiu emendar uma série de bons resultados no fim da temporada e parecia encaminhado para ficar com a vaga de Massa na Ferrari. Mas aí veio Raikkonen. E a Lotus, que no ano passado estava com um bom carro, surgiu como opção. Mas aí veio Maldonado (de novo). E Hulkenberg voltou para a Force India.
Neste ano, apesar de estar à frente de Perez no campeonato (76 pontos contra 47), viu o companheiro ir ao pódio uma vez e não tem conseguido dominar o mexicano como era de se esperar. Agora, com contrato renovado por mais uma temporada, disse que está com um bom pressentimento para 2015.
Mas, verdade seja dita, esta é sua última chance de tentar cavar um lugar numa equipe de ponta em 2016, quando já terá 29 anos. Com Ricciardos, Kvyats e Verstappens vindo aí, o alemão está ficando para trás. E corre o risco de ser apenas mais uma promessa que não vingou na F-1.