Hamilton, mais que merecido
23/11/14 14:25Não foi tão dramático como em 2008, mas o título de 2014 foi mais merecido para Hamilton.
Sim, ele foi o piloto que mais venceu corridas (foram 11 triunfos contra cinco de Rosberg e três de Ricciardo). Mas não foi só isso.
Neste ano, Hamilton enfrentou seu adversário mais difícil: seu companheiro de equipe. Não que Rosberg seja o melhor piloto do grid, mas era o único que tinha em mãos as mesmas armas que o inglês: uma Mercedes muito acima dos demais times.
E isso, não necessariamente é sinônimo de concorrência. Basta lembrar o que Webber fez para impedir os títulos de Vettel nos últimos anos… #nada.
Mas para mim o que marcou a temporada de Hamilton neste ano não foi seu desempenho na pista, que sempre foi acima da média.
Comecei a viajar com a F-1 em 2007, mesmo ano em que o inglês estreou na categoria. E confesso que depois de acompanhar seus altos e baixos emocionais, em alguns momentos neste ano achei que ele perderia o controle, como fez mais de uma vez nas últimas temporadas.
O primeiro foi em Mônaco, quando aconteceu o episódio na classificação, que ele acusou Rosberg de ter errado de propósito e depois disse que não descartava fazer um Senna-Prost.
Depois em Spa, quando o alemão o tirou da corrida. Mas, ao invés de perder o controle da situação, para mim foi ali que Hamilton virou o jogo ao seu favor.
Àquela altura, Rosberg tinha 29 pontos a mais no campeonato. Mas o inglês o desestabilizou emocionalmente e emendou uma série de cinco vitórias, que, aliada a uma quebra em Cingapura, fez com que o companheiro caísse para segundo no Mundial.
Rápido e agressivo como sempre, Hamilton mostrou uma maturidade inédita neste ano. Algo que, se ele conseguir manter daqui para a frente e tiver a sorte de ter um bom carro nas mãos, certamente significará mais alguns títulos em seu currículo.
Rosberg teve hoje todo o azar que não teve durante o ano. Completou em 14º depois de milhares de problemas no carro e mostrou ser um bom perdedor ao ir atrás de Hamilton para parabenizá-lo.
Palmas também para a Williams. Colocou seus dois pilotos no pódio e viu Massa, em segundo, e Bottas, fazerem uma excelente corrida. Mais do que merecido para o time que mais evoluiu do ano passado para este. O brasileiro fez sua melhor prova no ano e ressurgiu para a F-1 nesta segunda metade de temporada.
Despedidas melancólicas para Vettel, que chegou em oitavo, e Alonso, apenas o nono hoje. Com o alemão a caminho da Ferrari e o espanhol muito possivelmente para a McLaren, os dias de maus resultados para os dois, no entanto, não estão contados.
Campeonato encerrado, é hora de começar a contagem regressiva para 2015. Faltam 111 dias!